Idadismo: o que é, estereótipos e mercado de trabalho

Postado em 3 de jun de 2021
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Dentro de tudo que reparamos em uma pessoa ao conhecê-la, a idade é uma das primeiras coisas que percebemos, não é mesmo? O idadismo, que é o preconceito em relação a idade, surge quando ela é utilizada para categorizar e dividir as pessoas de maneira a causar prejuízos, desvantagens e injustiças. 

Os idosos são os indivíduos que mais sofrem com o idadismo, o que provoca, muitas vezes, a exclusão social dessa parcela da população. O mercado de trabalho, especialmente, é um dos espaços em que os idosos mais encontram preconceito.

Considerado por longo tempo um país de jovens, o Brasil apresenta hoje percentuais crescentes de idosos. Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2019, a expectativa era que os brasileiros vivessem até 76,6 anos, 3 meses a mais do que os dados de 2018. Para se ter uma ideia, a expectativa de vida no país em 1940 era de 45,5 anos, 30 a menos do que em 2015, que era 75,5 anos.

Ou seja, a expectativa de vida da população vem aumentando, assim como o número de idosos presentes na sociedade. 

Sendo assim, é essencial que a sociedade supere o idadismo e encontre meios de oferecer qualidade de vida e condições igualitárias para os mais velhos. 

Neste artigo, explicamos detalhadamente o que é idadismo, os principais estereótipos em relação aos profissionais mais velhos, os impactos do preconceito e caminhos para combatê-lo. 

Confira: 

 


O que é idadismo 

Em nossa sociedade, é infelizmente comum ouvirmos as seguintes frases: “você é velho demais para fazer tal coisa” ou “você não tem mais idade para tal coisa”. 

Você sabia que esses frases revelam um tipo de preconceito chamado idadismo?

O termo idadismo vem do inglês “ageism”, que é o nome que se dá à discriminação por idade. Ou seja, é uma forma de preconceito sofrida por pessoas por conta da idade, sobretudo, em relação aos indivíduos mais velhos da sociedade.

O uso do termo idadismo é relativamente recente. Ao que tudo indica, foi usado pela primeira vez pelo psicólogo norte-americano Robert N. Butler, em 1969 

A partir daí, o conceito de idadismo passou a ser usado em diversos outros contextos e países a fim de designar qualquer tipo de preconceito relacionado à idade, seja aos jovens, seja aos idosos.

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Dimensões do idadismo

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em seu estudo Global Report on Ageism, o idadismo tem três dimensões: 

  • estereótipo (pensamentos)
  • preconceito (sentimentos)
  • discriminação (ações e comportamentos)

Além disso, o idadismo também apresenta três níveis de manifestação — institucional, interpessoal e autodirigido — conta com dois tipos de representação — explícita (consciente) e implícita (inconsciente).

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Idadismo no Brasil

No Brasil, o idadismo é um preconceito muito presente na sociedade, mesmo que no país a parcela da população com mais de 50 anos já tenha passado dos 53 milhões de pessoas em 2020, segundo o IBGE. Esse contingente representa mais de 25% da nossa população.

Na contramão, apenas 1% dos cargos em mais de uma centena de empresas no Brasil são ocupados por pessoas com mais de 65 anos, de acordo com o estudo Envelhecimento da Força de Trabalho no Brasil, feito pela consultoria PWC e a Fundação Getulio Vargas. 

Além disso, 70% das empresas que responderam à pesquisa acreditam que profissionais na terceira idade são mais caros, 69% responderam que eles não se adaptam bem às mudanças e 63% os veem como acomodados com a proximidade da aposentadoria.

Esse preconceito etário não é exatamente novidade no mercado de trabalho. Infelizmente, a idade continua pesando no currículo e sendo motivo de desclassificação em processos seletivos.

Em muitas organizações, ainda existe a “aposentadoria compulsória”, que obriga o profissional a deixar a organização ao completar uma determinada idade, mesmo que esteja performando e realizando corretamente seu trabalho.

Com a pandemia da covid-19, essa situação de discriminação ainda se intensificou mais. Como os idosos configuram a população mais vulnerável em relação ao contágio, muitas empresas optaram por não contratar profissionais mais velhos. Ou seja, além de ser um risco apenas à saúde do idoso, a pandemia se revelou uma ameaça para sua posição no mercado de trabalho. 

Segundo análises dos dados da Pnad Contínua, do IBGE, mais de 1,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais deixaram de trabalhar ou de procurar um emprego, na comparação do primeiro trimestre de 2020 com o mesmo período do ano anterior. Este grupo, agora, integra a estatística da população não economicamente ativa.

Com o rápido envelhecimento populacional no mundo, e especialmente acelerado no Brasil, a pirâmide etária do país está se invertendo. Ou seja, não só é preciso como essencial garantir que essa parcela da população esteja plenamente inserida na sociedade, o que inclui o mercado de trabalho.

Isso significa não só que é extremamente importante falar sobre o idadismo, bem como mudar nossa forma de medir o valor de um profissional.

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Os principais estereótipos dos profissionais mais velhos 

O idadismo se sustenta por uma série de estereótipos sobre a população idosa. Confira abaixo os mais comuns no âmbito mercado de trabalho:

Frágil e vulnerável

Ideia de que o idoso é um indivíduo frágil e vulnerável, que precisa da ajuda dos colegas para realizar qualquer atividade e é mais suscetível a doenças.

Infantilizado

Muitas vezes, os idosos são vistos como uma criança grande, exigindo um tratamento diferente dos outros funcionários. 

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Atrasado digital e ultrapassado

Ideia de que os idosos são incapazes de lidar bem com mudanças tecnológicas e de realizar múltiplas tarefas, tendo dificuldade para aprender novas habilidades, se especializar e se reinventar.

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Impactos do idadismo na qualidade de vida

O idadismo tem uma série de impactos na vida dos idosos.

Com a exclusão social decorrente do preconceito, as pessoas mais velhas acabam ficando mais reclusas, o que influencia diretamente na saúde física e mental dessas pessoas. 

Diversos estudos apontam que a falta de contato social e de uma rotina de atividades simples acelera doenças cardíacas, problemas de mobilidade, diabetes, depressão, declínio cognitivo e ansiedade.

Ou seja, indiretamente, o idadismo influencia e prejudica a qualidade de vida dos idosos. Sendo assim, é essencial encontrar meios de combatê-lo. 

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O combate ao idadismo 

dadismo - idosa sentada em frente ao computador

Existem diversas maneiras de se lutar contra a discriminação etária, das mais simples às mais elaboradas. Uma estratégia bem factível é as empresas adotarem processos seletivos mais inclusivos.

Além disso, é essencial que os setores de recursos humanos proponham critérios envolvendo troca de informações e o convívio entre gerações nas empresas. Tudo isso colabora para um ambiente mais inclusivo e confortável para os mais velhos. 

É consenso entre especialistas de carreira que a experiência torna mulheres e homens mais resilientes e lhes dá maior inteligência emocional para aguentar o tranco nas crises. Ou seja, os idosos têm tudo para serem tão, ou até mais, qualificados quanto a maioria dos profissionais.

Além disso, os profissionais mais velhos têm o mapa de atalhos para encontrar soluções para os dilemas da empresa – afinal, já passaram por muitas mudanças, tanto da organização quanto da economia, e testemunharam o que deu certo e o que falhou 

Ou seja, são extremamente qualificados e merecem oportunidades iguais. 

Como continuar relevante no mercado de trabalho 

Se você é um profissional idoso e está em dúvida de como se destacar no mercado de trabalho, confira algumas de nossas dicas abaixo:

1 - Estudos

Manter os estudos em dia é essencial para todos os profissionais. Afinal, o mercado está em constante mudança, sendo indispensável estudar para se manter atualizado. 

2 - Autoestima

Trabalhar a autoestima também é essencial para se destacar no mercado de trabalho. Afinal, como alguém vai acreditar no seu potencial se você mesmo não o faz?

Dessa forma, é indispensável estar constantemente trabalhando a autoestima. Pense nos seus pontos positivos, no que você é bom e diferente dos outros, e use essas informações ao seu favor. 

3 - Autoconhecimento

Para ter uma carreira de sucesso, é essencial se conhecer. Afinal, apenas um conhecimento profundo sobre si mesmo permite que você entenda quais suas preferências e objetivos. 

Isso é essencial para se candidatar a vagas que realmente se encaixem em seu perfil e aumentar suas chances de contratação. 

Sites para buscar vagas

Seja qual for a idade, há opções de serviços online que podem ajudar na busca por recolocação no mercado de trabalho. Conheça algumas:

  1. MaturiJobs
  1. Info Jobs
  1. VAGAS.com
  1. Catho
  1. Linkedin

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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